segunda-feira, 30 de maio de 2011

A legalização da união homoafetiva e seus efeitos sobre a sociedade

Conversando com os advogados do escritório de advocacia Direito Homoafetivo, fica claro que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) não dá direito aos casais homossexuais de se casarem, “Os casais passam a ter os mesmos direitos dos casados (exceto o direito de casar - visto que ainda continua só para homem e mulher), direito à pensão, herança, benefícios INSS, partilha, etc.”. “Antes deste tipo de união ser legalizada, era comum que as famílias de homossexuais, mesmo após tê-los abandonado, fossem em busca da herança quando este morresse.” Diz Cibele, 32 anos, esta opinião também é compartilhada pela cabeleireira Edna Gentile, 63 anos,“ Eu, que trabalho muito com homossexuais, sei que a família se mantém interessada no dinheiro deste parente, o dinheiro deve ficar com aquele cuidou a vida inteira do parceiro”.
Nos arredores do bairro de Higienópolis, os moradores mostram-se extremamente de acordo com esta decisão do STF, “concordo com esta decisão, todos devem ter os mesmos direitos contando que haja respeito” diz Yuri Pinheiro, 25 anos. Quanto à adoção as opiniões diferem-se um pouco, Edna Gentile não é a favor da adoção por parte de casais homossexuais, pois “as crianças vão passar por muito preconceito com os coleguinhas”. Há muita resistência por parte da população quanto à adoção, pois ainda existe uma cultura de achar que os pais vão influenciar na orientação sexual da criança, porém pessoas como Renato Azevedo, 25 anos, acham exatamente o contrário, “não é porque os pais são gays que as crianças também serão”, diz.
            Existem grupos radicais que são intolerantes quanto a assuntos relacionados ao homossexualismo, para Michel Pereira de França, ex-skinhead, o casamento homossexual faz com que esta questão seja tratada com mais naturalidade, mas quanto à adoção, diz: "na minha opinião, o homossexualismo é uma doença que já nasce com a pessoa e isso vai influenciar muito na orientação sexual da criança e na cabeça, fazendo-a se sentir diferente das outras". 

Edgard Inada, homossexual assumido, namora há um ano e pretende legalizar sua união, “a gente já fica pensando como vai ser nossa casa, como será decorada; quantos cachorros a gente vai ter”. Edgar acredita que esta legalização revela uma mudança da nossa sociedade, “acho que é um grande avanço e até ajuda a amenizar o preconceito já existente”, mas, segundo ele, uma criança adotada por um casal homossexual ainda passará por muito preconceito.
“Acho muito difícil acabar com o preconceito da sociedade” diz Yuri Pinheiro, segundo ele as pessoas não se sentirão mais à vontade para expressar sua opinião contra casais homossexuais, mas continuarão com o mesmo tipo de pensamento. Os moradores de Higienópolis também acreditam que o preconceito não acabará. Para os advogados entrevistados, “a mudança na legislação não mudará isso, é uma questão cultural e não legal”.
Livia Geampaulo, Mateus dos Anjos, Natália Rodrigues e Renata Vomero

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