segunda-feira, 30 de maio de 2011

A homossexualidade ainda é um tabu para a sociedade


Durante a história da humanidade, a homossexualidade já teve seus extremos: admiração e condenação, chegando a ser classificado como doença. Nos anos 70, a Associação Americana de Psiquiatria deixou de classificar a homossexualidade como tal. No Brasil, isto só ocorreu em 1985 pelo Conselho Federal de Psicologia, que em 1990, declarou que a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão. Um ano depois, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos Direitos Humanos.

Com a liberação da união homoafetiva no dia 5 de maio deste ano, mais jovens passam a se assumir para a família e amigos, e isso traz outro problema, o da aceitação. Em uma sociedade cheia de regras: regras de conduta, regras de bem viver, regras de comportamento social, regras de convivência familiar, torna-se um fardo para aqueles que não são vistos como “iguais”, viver em comunidade.


Para Lucas Rodrigues de Carvalho, 21 anos, estudante do 3º ano de jornalismo na Universidade Metodista, foi muito difícil conversar com a mãe sobre sua opção sexual. ''Ela acha que é uma fase, e que vai passar. O que ela tem que entender é que não é uma fase, é o que realmente sou '', conta. Ele não se assumiu para o pai, pois acha que ele não vai aceitar por ser um ''pouco'' homofóbico. ''Meu pai é totalmente careta para isso, não aceita e não gosta. Seria um baque pra ele descobrir que seu filho é [homossexual]'', declarou.

O mineiro de Itajubá, sul de Minas Gerais, ainda afirmou que ao se mudar para São Bernardo do Campo no ABC Paulista, as coisas ficaram mais simples, ele se sentiu mais livre para expressar o que sente e se redescobrir.



Bruno Rodrigues de Carvalho é o irmão mais velho de Lucas, ele conta que não foi difícil aceitar a opção sexual do irmão, mas que fica preocupado em como ele pode ser encarado pela sociedade, ainda mais quando reflete o acontecimento na Avenida Paulista em novembro de 2010. ''Qualquer um sabe que vivemos em uma sociedade preconceituosa, e isso me deixa preocupado, pois não sei como será a aceitação das pessoas.''

Dimas Tadeu de Lorena, 25 anos, formado em comunicação social na Universidade Federal de Juiz de Fora diz que foi difícil preparar sua mãe, mas que ela já aceita normalmente e já foi até na parada gay de Juiz de Fora junto. ''Minha mãe tem uma cabeça aberta e acabou entendendo, mas não foi fácil, porque ela tem muito medo do mundo lá fora, como todas. '' A principal complicação para Dimas Lorena foi assumir que mantinha um relacionamento e vivia com seu namorado. Para ele a homossexualidade não é algo que se fique comentando, cada um tempo sua opção sexual. ''A gente não tem que se apresentar como homossexual, um hetero não chega numa conversa falando: Olá sou hetero,’’ contou. 


Os casos de aceitações são os mais comuns em jovens que ainda não se sentem preparados. Como o caso do estudante de publicidade L.F., 18 anos, contou que se descobriu de verdade aos 15 anos, mas devido o preconceito e o medo conseguiu se assumir somente para a família. ''Eu acabei contando para os meus pais que de alguma forma eu achei que eles entenderiam e fossem me apoiar. E realmente, foi o que aconteceu. ’’

Segundo a psicóloga Elizabeth Carmello, cabe a sociedade entender que a homossexualidade não difere ninguém, e apesar de ter vários pacientes homossexuais, não são eles que devem procurar tratamento psicológico e sim o 
homofobico. ''A homofobia sim é uma doença, e ela que precisa ser tratada'', finalizou.




(Dimas T. Lorena na Parada Gay de Juiz de Fora com sua família) 




(Primeiro casal Gay a registrar União Estável no Brasil) Foto: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=153817&id_secao=1







Ana Paula Pereira Pappa
Bianca Rodrigues Fernandes
Flávia Mengar
Natalia Quinta

J 11

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