quinta-feira, 7 de abril de 2011

Com a doença de José Alencar, sites divulgam maiores trechos de sua vida pessoal

Entrevistados afirmam que é normal as pessoas saberem mais sobre a vida particular de políticos do que da própria política.


 Quando doente, os jornais repercutiram toda trajetória do ex vice presidente José Alencar e aprofundaram trechos de sua vida pessoal, até então, não levantados.    O aposentado Antônio Bernardino (68), o estagiário Leonardo Martins (22) e a professora Gisela Gomes (42) afirmaram que a maioria das pessoas entende mais da vida particular dos políticos do que de política. Martins diz que o acesso às informações pessoais é mais fácil do que o de informações profissionais. Exemplifica: “Em plena posse da Dilma, o que também virou notícia foi a mulher de Temer. Algumas pessoas nem sabem quem é Temer, mas se perguntaram: ‘quem é a esposa dele?’ ‘O que um cara mais velho está fazendo com uma mulher mais nova?’”. Segundo ele, isso acontece para gerar maior identificação com o telespectador, através de uma humanização dessas figuras. “As pessoas se preocupam mais com a vida privada não só de políticos, mas também de celebridades. Saber de política, nesse caso, acaba sendo uma conseqüência. As pessoas acabam sabendo dela por quererem saber, antes, das fofocas”, diz Gomes.
 O vice-presidente, ao cantar Ari Barroso após uma cirurgia, ganha simpatia dos jornalistas. Depois de sua morte, outras histórias do tipo foram relembradas em diversos sites. Martins diz que as ações negativas de qualquer político são apagadas com a morte. Segundo ele, a população entra em comoção, sabendo algo pessoal. “Acredito que a morte é capaz de anular qualquer ação negativa de um político. Quando morrem, eles acabam virando mitos e isso faz com que algumas atitudes sejam esquecidas. Aliás, não só em casos de morte. A memória do brasileiro não é longa, exemplo disso é o Collor, Sarney...”, diz Gomes. Diferente para Bernardino, que afirma que nem a morte apaga os erros cometidos na política. Complementa: “Nosso futuro é incerto. Tenho dó da geração de vocês”.
 O ex-vice-presidente candidatou-se pela primeira vez em 1994, sendo eleito senador em 1998.  Gomes afirma que quanto maior o tempo na carreira, mais “malícia” um político tem. “Apesar do tempo não trazer competência, ajuda a compreender a mecânica do sistema”. Martins concorda, dizendo que é mais fácil o político conseguir o que busca por conta de sua influência. “Não acredito que o tempo de política influa no desempenho de algum político. 90% já não prestam, só pensam em roubar, não deixam nenhum legado positivo. Se preocupam em reformar estádios de futebol, a Globo fala bem do governo e do Rio, enquanto outros sofrem com falta de hospitais”, diz Bernardino.

Juliana Almeida e Helena Moro - Turma D12.

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